O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou nesta quarta-feira sanções contra a italiana Francesca Albanese, sob a acusação de conduzir uma “campanha” contra Israel e os Estados Unidos.
As sanções incluem o bloqueio de bens e ativos localizados nos Estados Unidos ou sob controle de cidadãos norte-americanos. Além disso, ficam proibidas as transações com as pessoas sancionadas, segundo meios de comunicação dos EUA.
As sanções derivam de uma ordem executiva assinada em fevereiro pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o objetivo de bloquear ativos e revogar vistos norte-americanos de qualquer pessoa que colabore com a investigação do Tribunal Penal Internacional (TPI) sobre os crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos por Israel na Faixa de Gaza.
Em um comunicado, Marco Rubio acusou a relatora especial das Nações Unidas para os direitos humanos nos territórios palestinos ocupados de ter “colaborado diretamente” com o Tribunal Penal Internacional (TPI) na emissão dos mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra em Gaza.
Ele afirmou ainda que Albanese “expressou um antissemitismo descarado, apoio ao terrorismo e um desprezo aberto pelos Estados Unidos, Israel e o Ocidente”. Segundo ele, ela ignorou os crimes de genocídio e de guerra cometidos por Israel na Faixa de Gaza, justificando-os como “autodefesa legítima”.
Albanese, que atua como relatora da ONU para a Palestina desde 1967, sempre denunciou a ocupação dos territórios palestinos e, desde 7 de outubro, o que descreve como “o genocídio mais cruel da história” perpetrado pelo regime em Gaza.
A italiana pediu um embargo total de armas e sanções econômicas contra Israel, na tentativa de deter as massacres em Gaza. Ela também recomendou ao Tribunal Penal Internacional (TPI) que investigue e processe várias empresas importantes que teriam se beneficiado da guerra na Faixa de Gaza.
Nesta quarta-feira, a relatora da ONU exigiu explicações de três países europeus — Itália, França e Grécia — por facilitar o trânsito aéreo de Netanyahu, apesar da ordem de prisão emitida pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). “Os países, todos partes do Estatuto de Roma, têm a obrigação de prender o primeiro-ministro israelense”, ressaltou.
As sanções contra Albanese fazem parte das tentativas de Washington de garantir a impunidade de Israel. Elas foram aplicadas um mês após os Estados Unidos terem imposto embargos a quatro juízas do Tribunal Penal Internacional (TPI) por emitirem mandados de prisão contra Netanyahu.
Cerca de 50 países condenaram as sanções dos EUA contra o Tribunal de Haia, afirmando que a medida aumenta o “risco de impunidade” para crimes graves e enfraquece o direito internacional.
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